sábado, 20 de fevereiro de 2010

A sombra de um homem ou de uma imagem?

A sombra de um homem ou de uma imagem?
Tendo em conta a quantidade de informação que tem vindo a público acerca das actividades, intenções, congeminações, etc., do primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, um qualquer cidadão estrangeiro que chegue a este País e tenha a curiosidade de consultar ou ouvir a nossa imprensa, só poderia concluir que tinha chegado a um País com um gang por governo. É que só alguém dominado por um espírito de gang poderia dar-se ao trabalho de arquitectar tantas e tão diversas formas de maquiavelismo político, e o secretário-geral do P.S. e primeiro-ministro em exercício, segundo a informação disponível, surge como o chefe do gang, um malabarista refinado, um relapso mentiroso, um falsário destemido e um carácter volátil e pouco confiável. Tanto?
Mas esse qualquer cidadão estrangeiro que refiro, se tivesse tempo e interesse para escalpelizar o rol informativo disponível, iria, forçosamente, querer saber quem são uns certos indivíduos que fazem declarações à imprensa em defesa da inocência, da verticalidade, honra e do bom nome de José Sócrates, bem como quem são os que o atacam frontal e despudoradamente, e, depois de bem informados a respeito, logo seria levado a uma de três conclusões possíveis:
a) Que o que se conhece é muito pouco em relação ao que se poderá vir a saber, acerca do que está actual e do que já foi arquivado na memória popular, pois parece haver um certo espírito de gang na forma de defesa do primeiro-ministro, onde se misturam conceitos como legal, legitimo, politico, pessoal, partidário, etc., como forma de dissolver tudo numa mistura irrelevante e pueril, e outro tanto relativamente aos que o querem crucificar antes do tempo da conveniente explicitação dos factos, de acordo com os meios jurídicos e políticos ao dispor.
b) Que há uma explosiva mistura de interesses e meios arbitrariamente envolvidos em manigâncias de todo o tipo e sob o manto de uma legitimidade política insuspeita, visto estar estribada em resultados eleitorais destinados à composição do parlamento.
O facto de só alguns abordarem este assunto de forma desbragada, enquanto outros se esfalfam por dizer a palavra mais oca e desvalida a propósito, faz parte de um trajecto político de sobrevivência, que esse referido cidadão estrangeiro não está obrigado a conhecer, pois não está subordinado a nenhuma ética ou a qualquer ideologia específicas. Portanto….
c) Que neste país mora um povo que ……., de vez em quando vota, pelo menos pouco mais de metade dele. Por isso, é uma democracia, faz parte do rol delas! Enquanto isto, os oráculos do país, uns senhores que escrevem e falam para explicar ao povo em geral o que quer dizer cada uma das palavras ou actos dos envolvidos, estão sob o efeito da maresia: sempre leves e frescos, sempre envoltos, sempre prontos, sempre apetecíveis. Como os ……
José Luís Moreira dos Santos
Pardilhó - Estarreja