sexta-feira, 3 de junho de 2011

Foi você que falou em crise política?

Foi você que falou em crise política?

Nos dias que correm, sobretudo depois do chumbo político do PEC 4, que nos dizem querer significar Programa de Estabilidade e Crescimento, mas que de facto é um pacote de medidas que visam um maior empobrecimento do País e dos seus cidadãos, sendo que pior para os mais pobres, uma vez que propõe estabilidade para os já estabilizados e o crescimento dos impostos sobre os rendimentos do trabalho e das pensões, o crescimento de cortes nos apoios sociais, não o crescimento do PIB, o mesmo é dizer, mais emprego, melhores salários, mais produção, etc., assistimos, uns mais estupefactos do que outros, a um fartote de declarações no sentido de nos acordarem para uma realidade que esses sábios conhecem de cor e salteado, mas que nós, cidadãos especialistas em especiarias gourmet, não temos nem inteligência nem a capacidade de ver e perceber o que nos rodeia, pois esses são dons que no início do mundo foram distribuídos segundo um misterioso critério que de tão bem guardado ainda permanece no segredo desses deuses.
Todavia, o tal PEC, que para mim significa “plano estratégico de calamidade”, reprovado na A.R. pelos “partidos da oposição”, não é nem a origem nem a causa daquilo a que esses tais palradores do costume chamam crise política, pois a consequência desse chumbo foi o pedido de demissão do P.M., isto é, a inevitabilidade do recurso a eleições antecipadas. Mas eu pergunto: desde quando colocar o único responsável por tudo o que acontece neste ( e o mesmo se aplica aos outros) País, o Povo, é sinónimo de crise política? Bem, para alguns dos figurões que escuto, a Democracia é a sua vontade legitimada pelo voto, mas desde de que o voto legitimador seja regulado, certinho, orientado no seu interesse, e não o poder de cidadãos livres para expressarem a sua vontade em razão do que lhes parecer melhor e daí sair a formação de uma vontade geral do País, a qual deve ser tida em conta no momento das escolhas que o poder político terá que fazer no futuro próximo. Há algo de errado nisto? Talvez, talvez o facto de alguns terem de explicar no decurso da campanha eleitoral qual a razão pela qual prometeram abaixamento dos impostos e desde então os terem aumentado uma porção de vezes, por que prometeram um referendo sobre a adesão à EU e logo de seguida disseram que afinal já não era preciso, etc., mas em democracia a coisa funciona assim, mesmo que alguns queiram levar por diante a sua ideia de suspender a dita.
Não, a formulação teórica de que estamos diante de uma crise política por virtude do chumbo do PEC é uma fraude, uma vez que se tratou apenas de um pequeno pormenor num processo de calamidade que atingiu o nosso país (bem sei que não só mas as causas e as consequências são muito diferentes) há cerca de duas dezenas de anos, quando os sucessivos governos, do P.S. e do P.S.D., com ou sem ajuda do C.D.S., se apoderaram sem freio nem pudor das instituições que formam a estrutura do Estado. Já li alguns estudos sobre a evolução da economia portuguesa dos últimos 35 anos, já li sobre a evolução da despesa pública durante o mesmo período, já li sobre aspectos parcelares dessa evolução, mas coisa engraçada! nunca tive oportunidade de ler fosse o que fosse sobre o valor das transferências de bens do Estado, NOSSOS, para contas privadas, e se não fosse pedir muito, sobre os meios usados, os responsáveis; como também não li nada sobre o número exacto e preciso daqueles que fazem parte do rol de vencimentos da administração pública, da despesa pública, e que de facto são apenas uns tipos que estão lá colocados pelos partidos do arco do poder a “tetar”, etc.
É que todos sabemos, sim sabemos, que por meros meios administrativos, são locupletados milhares de milhões todos os anos ao erário público por acção de gente pequena que mais não é que a mixórdia que emporcalha as nossas vidas, sem que aqueles que são sérios e estão na política pelas melhores razões, - e como já aqui afirmei num artigo sobre a crise das instituições, há gente séria em todos os partidos, como os haverá desonestos igualmente em todos, em número e percentagens diferentes, é certo -, não se demarquem desses abutres por razões de fidelidade partidária, sendo, assim, metidos no mesmo saco da apreciação degenerativa da política.
É minha profunda convicção que aquilo a que muitos chamam crise política - e que do ponto de vista dos seus interesses assim pode ser classificada, mas só desse ponto de vista, porque pontual, com uma saída democrática, uma vez que coloca o Povo perante as suas responsabilidades -, é resultado daquilo que em sociologia política se pode chamar de “oportunidade de contexto”, a qual, para ser devidamente analisada, exige cabeça fria, uma vez que depende de uma multiplicidade de factores, de cariz interno e externo, e muito especialmente do perfil pessoal dos principais actores políticos, tendo em vista as suas aspirações, o carácter, graus de responsabilidade e dependência, ambição, quantidades, etc., e aqui é impossível contornar os nomes de Sócrates, Cavaco, Passos Coelho e Paulo Portas. Porquê? Ora, ora! Mas, proximamente, darei a minha versão dos factos que acho mais relevantes sobre a tal “oportunidade de contexto”.



Foi você que falou em crise política?

Vamos a factos: a única vez que foi necessário, no nosso País, recorrer a eleições legislativas antecipadas em resultado da aprovação de uma moção de censura ao governo, cerca de dois anos após a sua eleição, aconteceu em 1987, pois em 1985 o surgimento na cena política portuguesa do P.R.D., havia causado uma significativa dispersão de votos, que em números redondos se dividiram deste modo: 30%, PSD; 21%, PS; 18%, PRD; 15;5%, APU(actual CDU mais MDP/CDE); 10%, CDS; 1,3% UDP. É assim, e em consequência da responsabilização do PRD por parte do eleitorado, do aparecimento de Cavaco como líder do PSD em resultado dos tumultos internos neste partido e da celebérrima rodagem do citroen, desde do Algarve à Figueira, do desaparecimento do MDP/CDE, e a consequente mudança de nome da coligação liderada pelo PCP, que se passou a designar de CDU, das relações azedas de Soares com Eanes, etc., que o PSD vai obter a primeira maioria absoluta em número de votos, 50,22%, quando até então só havia havido maiorias mas por repartição de eleitos e não de votos. Maioria absoluta que se repete em 1991, com 50.60% de votos.
Todos sabemos que Cavaco e Soares não morriam (não morrem) de amores um pelo outro, mas como Cavaco disponha de maioria absoluta, as coisas, mesmo com mandatos cheio de vicissitudes, mas também com iniciativas políticas que SEMPRE foram do agrado de Soares, como o processo de adesão à hoje EU, lá foram andando, tendo como pano-de-fundo uma verdadeira febre do betão, assim como dos milhões distribuídos por todos os souberam fazer as amizades certas, bem como os milhões dados a quem quisera abandonar terras, abater barcos de pesca, comprar jipes, etc. Não, não me basta saber que estou a dizer a verdade, mas que esse período, como afirmei no artigo anterior, foi um período em que a crise que nos afecta hoje, foi quando a nossa crise, a verdadeira, começou, e que desde então vem ganhando forma e conteúdo, porque a roubalheira e a compra da alma e da mente da classe média que se foi formando a partir dos anos sessenta em Portugal, e que se alargou e fortaleceu com o 25 de Abril, foram incrementadas em razão de duas razões complementares: os euros que vieram da EU como fazendo parte do pagamento pela venda de tudo o que da nossa independência vai para além do Hino e da Bandeira, e que foram malbaratados em favor de uns quantos, mas que agora nos estão a ser exigidos de volta; as quantias disponíveis pela banca para financiar todo o tipo de consumo, desde viagens, vida à grande para as classes alta e média e algum desafogo para parte da classe trabalhadora, para aqueles que tinha o seu emprego, etc., e para financiar o investimento em bens de longa duração, como habitação, vindas do recurso a financiamentos a baixo custo, já que os bancos europeus foram inundados por somas astronómicas oriundas de negócios criminosos e fraudulentos, dominados por máfias que com a entrada do euro se viram a naufragar num oceano de francos, escudos, marcos, pesetas, etc., que de um momento para o outro ou passavam por um processo de lavagem, mesmo com baixa “taxa de rentabilidade”, ou teriam que ser incinerados sem qualquer proveito.
E para que servem os paraísos fiscais, as off shores, os bancos pirata, etc., senão para servirem esquemas de alta fraudulência? Pois bem, quando os aprendizes de feiticeiro foram acordados pelo estrondo da crise financeira internacional, verificaram que essa crise, do ponto de vista financeiro, também era nossa, porque de globalização falaram e se vangloriavam, e que do ponto de vista económico continuávamos onde sempre estivemos: a ver o desenvolvimento estruturado, racional, sustentado por um canudo, independentemente de nos ter passado pelos olhos, sob a forma do aumento do número de novos - ricos e de exemplos anacrónicos de exposição dessa riqueza, muitos milhões de euros. Anos de oiro, diziam alguns dos que hoje, porque nos pedem o retorno, dizem, crise política! Vamos lá nós entender isto!
Porém, ao ver que tudo é tão fácil e sedutor, com a saída de cena de Cavaco da área da governação para a área da simples representação, Guterres acha-se pronto. Vai daí, ganha, em 1995, pelo PS, as eleições com cerca de 44% de votos e 112 deputados, enquanto o PSD tem 34%, o CDS, 9% e a CDU 8,5%. E em 1999, consegue 44,5% de votos e aquela que eu acho que é a maior maioria do número de deputados que se pode obter em política desde que se seja democrata de coração e não de palavreado, 115, exactamente metade da câmara. Porquê? Porque quem de facto quer governar e não mandar, procura, sustentado numa base de apoio quase absoluta, encontrar compromissos que traduzam uma efectiva vontade geral, termo caro a Rousseau e de que sou um fervoroso adepto. Ora, vistas bem as coisas, até aqui, e tendo em linha de conta os actores enunciados, só de crise se pode falar. Mas há mais.
Com a fuga de Guterres às responsabilidades da sua desgovernação - ainda que hoje vejamos o seu super ministro Pina Moura - e eu estou à vontade para falar deste artista, por razões que não têm nenhum interesse -, que vendeu a pataco, melhor dito, transferiu da bolsa de bens do Estado para contas privadas, na tv, a dar lições de bem desbaratar a toda a velocidade, qual D.Duarte do ramo das finanças, e enroupados com a tanga de criação barrosista, em 2002, o PSD alcança 40% dos votos, o que em comunhão de causa com os cerca de 9% do CDS, vai dar lugar a um governo que será a plataforma para o tiro de canhão que será a deserção para o bem bom de Bruxelas daquele que nos tapou as partes com a dita tanga e ascendeu ao topo do poder fáctico do alinhamento burocrático. Bem, mas com tudo isto, parece que me esqueci do tema inicial, ou será que …, não, não, já sei, é da crise política, da tal que sendo feminina, tem barbas brancas. É que a seguir ao bate pés de Durão Barroso, segue-lhe Santana Lopes, por quem, quero dize-lo, não tendo a mais leve simpatia política, mas por quem tenho simpatia pessoal, pois já o vi ser acusado publicamente de quase tudo, às vezes de forma indecorosa, e nunca o ouvi dizer de muitos dos que o acusam, outras coisas que não fazer avaliações políticas, repito, políticas, dos seus actos e opções, sem rancores à vista. Contudo, falar de Santana Lopes e de responsabilidades políticas, é falar de crise.
Mas como um processo é um fenómeno de continuidade, também a nossa crise continuada era uma porta aberta a alguém que desde o baptismo engana quem nele acredita, pois ao atribuir a Sócrates o nome de um Ícone da luta pela verdade, da rectidão e da transparência, mesmo que em situação de adjunto de José, os seus pais pensavam estar perante alguém que diria sim quando acreditasse que essa era a razão de ser da sua adesão a uma causa, a um sou, penso, quero, faço, etc., e que diria não quando quisesse afirmar a sua recusa a algo com que não concorda, não quer, não sabe, não pensa, eu sei lá! Por isso, tratando-se de um mentiroso relapso e não de alguém com as características que um mero conhecedor do Sócrates original, o filósofo grego, é capaz de perceber, este, o actual PM, só faz com parte do Povo da nação que diz governar o que fez à esperança dos seus progenitores, desilude. Como tiveram ocasião de verificar, disse parte do Povo, não o Povo (todo) pois da vida cada qual tira a experiência que quiser.
Portanto, perante o que ficou dito, e depois de sabermos que Cavaco é um enciclopédico narcisista, que vê em si a concentração de todas as virtudes e de toda sabedoria, alguém tão auto-suficiente como Napoleão, o sol das nossas vidas; que Guterres é um vulgaríssimo palrador, alguém com uma extraordinária lata, com capacidade para falar sobre coisas sobre as quais nunca perdeu um segundo a pensar - não estou a falar de erros ou de enganos, porque isso acontece a todos os que agem, estou a falar de demagogia pura, de retórica vazia, da verbalização de engodos; que Durão Barroso foi o Guterres do PSD; que Santana Lopes é inverno no verão e calor em Dezembro, quero dizer, que está sempre fora do tempo e com a orientação de cata vento; e que Sócrates é ainda mais do que acima disse, pois é também incompetente na máxima força; que Passos Coelho, como escrevi num artigo por ocasião das eleições internas no PSD, que não foi publicado na altura, é, simplesmente, o Sócrates do PSD, sem mais, não tínhamos que falar de crises e não de crise?
E mais ainda, sabendo que todos estes personagens têm uma inigualável capacidade para escolher aqueles seres miméticos que os rodeiam, como podemos admitir que nos falem de crise hoje, sem gritarmos que a crise veio com todos estes personagens, e com o desleixo, melhor dito, com a aceitação por parte da generalidade dos portugueses da venda da sua alma, da sua identidade a troco de um prato de lentilhas que agora nos cabe pagar com língua de palmo, pois quem nos vendeu gato por lebre sabia que assim seria, e quem nos comprou esses restos de dignidade, sabia que como País de gente honrada, no momento do refluxo, pagaríamos tudo, com os juros que nos fossem exigidos, em nome de valores que os trapaceiros muito valorizam nos outros, neste caso, nos portugueses. Valores esses que os nossos dirigentes apreciam nos cumpridores com os seus deveres, independentemente da classe a que pertencem, assim como dos humildes. Por isso, esses dirigentes, usam o sofisma do interesse do País como argumento quebra resistências; e crueldade da fome e da miséria, que vejo diante dos meus olhos sob formas que me levam a desenvolver sentimentos tão contraditórios como repulsivos, para matarem a esperança de um Povo inteiro, e para transformarem os corpos secos dos famintos em palha que arde na fogueira do desespero.
Crise é a FOME que tantos e tantos portugueses enfrentam, crise é um pai/mãe querer dar aos filhos aquilo que lhes é ABSOLUTAMENTE indispensável à existência e não lhes poder dar, porque a luta pelo poder é outra coisa bem diferente, é uma calculada e vergonhosa forma de vida de uns quantos rapazes para quem a política é a arte do paradoxo, porque política, aquela que visa servir a comunidade, o bem da humanidade, isso é coisa nobre, um espaço onde se moveram e movem pessoas do mais alto gabarito humano, intelectual, ético, moral. etc. Como fomos capazes, como Povo, de descer tão baixo? Até a esperança, que é algo que fica entre o desespero e o sonho, nos querem roubar.
Mas, então, como se explica a tal oportunidade de contexto?
De há muito que a luta pelo poder, apenas isso, faz entreter os dirigentes dos dois maiores partidos em matéria de representatividade parlamentar, ao mesmo tempo que a personalidade de cada um dos dois principais responsáveis políticos, Cavaco e Sócrates, os afasta do desejado nível de lealdade institucional que os seus cargos de cedência precária e temporal, diga-se, exigiam, bem como o nível de contestação dos restantes partidos representados na A.R. e nas ruas, adensada pela campanha eleitoral para a eleição do P.R., os problemas em torno da dívida soberana, etc., criaram um ambiente de crispação política do qual os principais responsáveis estavam desejosos por sair, ou seja, o contexto favorável para um golpe que permitisse satisfazer a estratégia particular de cada um dos intervenientes.
É então que aquando da tomada de posse de Cavaco como P.R., lhe apetece - sim é muito de apetites o P.R.- fazer um discurso em que de forma clara e objectiva diz: aqui sou eu quem manda, e quem não estiver bem que se ponha melhor, porque se não eu….Mas se este discurso é milimetricamente dirigido, Sócrates pensa, já te respondo à letra, como, aliás, mereces. Vai daí, mete-se no avião rumo à Europa. Ali, considerado como é pelo alfobre de burocratas que lhe dizem ao ouvido o que as Merkl lá do sitio lhe dizem com voz de mando, de modo consciente e determinado, ofereceu um PEC numa bandeja engalanada pela deslealdade para com o P.R., a A.R., os partidos lá representados, os parceiros sócias, os seus próprios ministros, o Povo em geral. Em resposta, os partidos da oposição tiram-lhe o tapete, o P.R. esfrega as mãos de contente, pois sem ter tido usado nenhum dos seus poderes para mostrar quem manda, obteve mais que o resultado desejado, o PSD, para além de esfregar as mãos, também sacode o rabo, pois pensa que as cadeiras do poder estão a ficar vazias e que é preciso começar a tirar-lhes as medidas. Paulo Portas sussurra aos ouvidos dos seus jovens turcos, é desta, é desta que vou comprar os outros dois submarinos que ficaram na lista de encomendas quando comprei os outros dois. Louça rejubila e proclama, é o momento certo para a alternativa de esquerda com que sonham os que sonham, e onde terei papel de líder, claro. Jerónimo, reflecte: estamos diante de duas situações contraditórias, pois podemos dizer que este é o resultado da luta dos que lutam, e camaradas, a nossa luta venceu, mas também podemos estar perante mais uma oportunidade perdida, diante condições político/sócias que nos parecem claramente favoráveis e, depois, o resultado eleitoral ser décima acima décima abaixo, enquanto que os verdadeiros responsáveis, na visão de Jerónimo, claro, mas também de muitos dos que irão contribuir para que tudo fique na mesma, vão obter resultados que lhes permitirão repartir o poder entre si. Mas há-de ser o Povo a pronunciar-se, remata satisfeito. Então, e como fica Sócrates, o principal responsável do momento, no meio disto? Primeiro, está aliviado, só precisa de dar voz aos seus “calimeros” de serviço e estar atento aos vários e permanentemente diferentes discursos do PSD sobre as suas propostas de agravamento da crise social, e mostrar que um mar revolto não é menos perigoso que um partido dirigido por um grupo de aventureiros que querem copiar as medidas políticas já experimentadas em alguns países da América Latina, onde se verificaram todos aqueles milagres económicos que deixaram mais de 50% de população na miséria e uma pequena elite oligárquica estupidamente rica; segundo, vai esperar para ver se tem ou não tem que recorrer à chamada ajuda externa, e se tiver enquanto P.M. em gestão, vai falar como nunca falou com TODOS os agentes políticos, sociais, financeiros, o que se quiser, por forma a garantir que muitos deles trilhem o rabo nessa decisão; vai por os motores da propaganda do PS a trabalhar, porque diante de um microfone, uma câmara de tv, etc., ainda está para nascer em Portugal quem lhe morda os calcanhares, e ele precisa, e sabe faze-lo como poucos, de responsabilizar todos os seus adversários pela calamidade vigente e fazer-se de vitima de raivas, bruxedos, tsunamis e de assassinatos de toda a ordem ; terceiro, vai sair das eleições numa situação que lhe permitirá ser ele e só ele a escolher o quê, como e onde vai fazer.
Como se pode verificar, a oportunidade de contexto significa, politicamente falando, um momento de que todos os agentes se aproveitam para tomar decisões que satisfaçam as suas reais aspirações, sendo que todos consideram que saíram, por uma ou outra razão, vitoriosos em função das perspectivas estratégicas e das expectativas criadas. E entretanto, rei morto, rei posto, mesmo que lhe aconteça ficar numa situação pior que a do rei D.João II, que verificou que era o rei das estradas de então, pois estas, as estradas actuais, já há muito que têm outros donos. Mas a dança vai de roda!
Pardilhó, 27 de Março de 2011
José Luís Moreira dos Santos
WWW. Salto do canguru blogspot.com